A Lógica da Logística

Gente perdoe o trocadilho infame, não consegui passar sem ele. Mas o que seria a logística e como ela auxilia diretamente no sucesso de um evento? Todo evento organizado necessita de logística, para Allen et al (2008) a logística é a parte invisível dos eventos, é ela que permite que os consumidores apreciem o evento sem serem incomodados por nenhum problema. 

Em suma, minha gente, o responsável pela logística (que pode ser o gerente de evento, num evento menor, ou até mesmo um gerente de logística – em eventos maiores) será aquele que responde pelo cuidado com os detalhes que fazem toda diferença para o sucesso de um evento. São aqueles detalhes que, caso estejam corretos, passarão desapercebidos, mas caso falhem, por algum motivo, farão diferença. Um exemplo? A logística de filas em um show: você já está até preparado psicologicamente para chegar num show cujo público esperado é grande e pegar uma filazinha, coisa rápida, mas já imaginou, você espera o show, gasta uma grana no convite e na produção do visual do dia, cria expectativas sobre o evento e na hora H, pronto, uma hora e meia de fila; por que? Porque o profissional responsável pela logística não calculou bem o tempo de entrada e não colocou catracas suficientes para agilizar a entrada. Resultado? Insatisfação antes mesmo do show começar. Chato né?!

  Agora um exemplo verídico, algo que aconteceu há pouco mais de um mês: por conta de um erro de logística, infelizmente, 19 pessoas (os dados são deste blog) foram mortas e mais de 300 feridas no festival “Love Parade 2010”. O evento de música eletrônica, cuja primeira edição foi em 1989 em Berlim, aconteceu na cidade alemã de Duisburgo.

A justificativa para as mortes (as pessoas morreram esmagadas e asfixiadas) foi porque, segundo os organizadores, 1,4 milhão de pessoas compareceram ao evento, sendo que a expectativa era de 800 mil pessoas. “As mortes ocorreram num túnel superlotado que ligava as duas áreas onde o festival era realizado, junto a uma antiga estação ferroviária”, publicou ‘O Globo’ em reportagem do dia 25 de julho.  Na confusão, centenas de pessoas foram pisoteadas pela multidão quando tentavam escapar através das escadarias laterais.

O exemplo, real, trágico e triste nos mostra de maneira bem clara a importância da logística. 

Com relação à venda de ingressos e filas a logística é fundamental, vai calcular como será feito, com riqueza de detalhes, pensando em cada particularidade do evento. Em um evento fechado, por exemplo, há como controlar o número de ingressos e consequentemente a quantidade de pessoas (inclusive o corpo de bombeiros vistoria o local e dá o aval para o evento acontecer pensando na quantidade máxima de pessoas que estarão no local) e assim, pode-se pensar todo o evento e estruturas de controle de risco a partir deste montante máximo. Já em eventos abertos o controle é mais difícil, mas ainda sim há maneiras de fazê-lo e deve ser feito.

No Love Parade, ao que parece (estou falando e formulando minha crítica a partir de material da mídia, nunca fui e desconheço quem tenha ido) a falta de logística ampliou um quadro trágico e delicado, dois trechos que tirei de um blog ajudam a elucidar esta questão:

 “A tristeza causada pela tragédia logo se transformou em indignação. As pessoas que foram à festa criticaram os organizadores por terem feito do túnel o único ponto de acesso para o festival.”

“A falta de acesso para as ambulâncias e bombeiros atrasaram, durante horas, as operações de assistência às vítimas.”

A falta de logística do evento colocou um ponto final no próprio evento. No dia seguinte à tragédia os organizadores do festival anunciaram o fim definitivo do evento.

E aí, percebeu a importância da organização e qualificação para atuar no mercado de eventos?

Gheysa.