Vendo a banda passar

Atenção produtores de teatro de Juiz de Fora e região, como diz o puxador de samba, “A hora é essa!” estamos assistindo atualmente a uma avalanche de espetáculos vindos de todos os lados pra se apresentar em nossa cidade e região, porem uma única coisa me chama a atenção em meio a isso tudo. CADÊ A PRODUÇÃO LOCAL? Só vejo o TQ ou algum membro do TQ em espetáculo solo se apresentando nessa cidade (adoro o TQ, nada contra por favor não me então mau).

O problema da produção local passa por algumas pequenas situações, a primeira e mais importante é a seguinte, o Juizforano se acha cool! É isso mesmo e quer fazer um draminha cabeça pra chocar e fazer o público pensar. Só que depois ele vai pra uma roda de amigos (choramingar em cima de uma taça de vinho barato) dizendo que não dá pra viver de teatro em Juiz de Fora, ora amigo você está à toa na vida vendo a banda passar, a modinha agora é a comédia, se você quer fazer um drama que faz pensar, que faça, mas faça também uma comédia, ela vai bancar o seu draminha sem sal.

O segundo maior problema é o patrocínio, os produtores dizem que as empresas de Juiz de Fora não dão patrocínio para cultura. O problema maior está no que é oferecido a elas, hoje não cabe mais o “você me dá 100 reais e eu coloco seu logotipo no cartaz” é preciso repensar a maneira de tornar o seu produto interessante e por favor nada de chegar para um empresário local dizendo “Será que você pode me ajudar com um patrocínio?” dê valor ao seu produto (se você não der, ninguém dará). Nunca ofereça um patrocínio, sempre ofereça uma parceria. Os parceiros de hoje são os mecenas de ontem.

Assim você faz uma comédia cheia de parceiros e com o lucro faz o seu draminha e o mais importante, você produz cultura.

P.S. Cultura essa que em Juiz de Fora ninguém se lembrará uma vez que o município não tem um arquivo de quantos espetáculos são produzidos na cidade a cada ano, e isso não é o pior, o pior é que nem os locais de apresentação mais famosos da cidade sabem informar um levantamento de quantas peças teatrais foram apresentadas em seus domínios no ano anterior.

É muito difícil!  

Lair Braida.