A cidade de Juiz de Fora apresenta grandes
possibilidades para os organizadores de eventos e seus visitantes. Expoente em
qualidade de vida no estado de Minas Gerais, a cidade oferece ótimas condições
de segurança e atendimento na área de saúde, facilidade de locomoção, além de
numerosas opções de lazer entretenimento como os vários restaurantes, casas
noturnas, museus, teatro, cinema e música.
Juiz de fora conta com os mais variados tipos de
serviços ligados à realização de eventos, com espaços para eventos de natureza
e portes diversos, ideais para a
realização de congressos, convenções, reuniões, feiras e shows, podendo abarcar temas culturais, científicos,
artísticos, tecnológicos entre outros eventos. Sendo capaz de aliar qualidade e
preços competitivos.
A questão
que se coloca é: por que a área do turismo de negócios não é melhor explorada?
Quais são os fatores que impossibilitam o desenvolvimento desta área? Para
solucionar esta incógnita, nossa equipe entrevistou o Presidente do Convention
and Visitors Bureaux, uma associação de direito privado, sem fins lucrativos,
dotada de autonomia administrativa, constituída em 12 de julho de 2001. Sua
finalidade é contribuir para o desenvolvimento turístico sustentável da cidade
de Juiz de Fora e Região, através da captação, apoio e incremento de eventos em
geral, com o objetivo de atrair e aumentar o fluxo de visitantes na Região, bem
como promover o desenvolvimento e a difusão cultural, científica, tecnológica e
artística.
Cássio Elízio Resende foi aclamado Presidente do
CONVENTION & VISITORS BUREAU em fevereiro deste ano, devido à sua vasta experiência
na área, atuando como sócio-proprietário da Eventus Assessoria e Planejamento e
como chefe executivo na Videosol Produções.
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Qual a contribuição
dos eventos para a economia de Juiz de Fora?
R: Existe um estudo no
país que considera o seguinte: cada turista de lazer deixa um valor X em cada
destino, enquanto o turista de eventos deixa três vezes mais. Isso acontece
porque, normalmente, quando um turista vem a um evento, por exemplo, ele vai
ficar em um dos melhores hotéis, vai convidar pessoas para almoços, jatares de
negócios, e isso faz com que tenha acréscimo no faturamento.
Juiz de Fora é uma cidade ideal como destino para
turismo de negócios, devido à sua estrutura para eventos e pelo baixo custo se
compararmos ao de uma capital, em função disso, muitos eventos estão vindo para
a cidade.
Os eventos alimentam uma cadeia composta por
hotéis, bares, restaurantes, empresas de transportes, entre outro, aumentando o
faturamento de vários meios de negócios da cidade e região.
• A cidade tem vocação para eventos?
R: Tem vocação para eventos de negócios
principalmente, pequenos e médios eventos.
• O que falta para o setor crescer?
R: Capacitar melhor. O SEBRAE está com um
projeto junto às empresas que trabalham com eventos, para a melhoria da
qualidade do serviço, isto é, uma melhoria constante. Mas para isso, tem que
haver incentivo do Poder Público, uma vez que há exigências e muitos impostos.
• Há infraestrutura para captar grandes eventos?
R: Sim, o ExpoMinas é um espaço para receber
grandes eventos, e acessibilidade não é um problema se comparada a Belo
Horizonte, onde existem eventos eventos mais afastados que o ExpoMinas em Juiz
de Fora, temos também o Viva Hall e o La Rocca.
• Há números dos investimentos do setor na cidade?
R: Essa é uma questão em andamento, é difícil
conseguir números, existem empresas que não passam as informações necessárias.
O COMTUR ( Conselho Municipal de Turismo ) está tentando obter esses números.
• Como você avalia a qualificação profissional na cidade?
R: Muito boa, mas tem que trabalhar sempre
para melhorar.
• Como os diversos órgãos representativos no setor de eventos estão
organizados no sentido de desenvolver um plano diretor que determine os caminhos
para o desenvolvimento no setor de eventos na cidade?
R: O Convention está discutindo o plano
diretor através do COMTUR ( Conselho Municipal de Turismo ) para ser feito.
• Existe algum evento diferente a ser realizado na cidade?
R: O Brasil Food Show é um evento que é
novidade, vai ser realizado em setembro do dia 25 a 27 no ExpoMinas, é um
evento gastronômico. Uma realização do Minas Plan.
• E em questão de inovação?
R: Há o lançamento de pontos de informações
na cidade, a Prefeitura está trabalhando nisso.
• Como acontece o levantamento de dados dos investimentos na cidade?
R: O correto é contratar uma empresa de
pesquisa que vai obter informações nas empresas, mas isso nunca foi feito.
• Qual é o evento mais lucrativo realizado na cidade atualmente?
R: Minas Láctea, um evento da EpaMig e
Instituto Cândido Tostes de Laticínios, é o maior evento da cidade. Os eventos
de pequeno e médio porte são os mais lucrativos, pois acontecem com maior frequência,
no entanto o Minas Láctea é o que gera mais lucro de uma só vez.
A partir
desta entrevista pode-se aferir que os empecilhos para o a desenvolvimento do
turismo de negócios em Juiz de Fora não são uma questão de infraestrutura, de
custo alto, ou mesmo de falta de mercado. A barreira maior ao crescimento do
setor vem da falta de investimento governamental, bem como da falta de
planejamento.
Sem números e
estatísticas nas quais se possam basear os futuros investimentos e a
estruturação de um plano diretor de desenvolvimento, fica muito mais difícil
atrair novas convenções e outros eventos. Quanto mais os órgãos representativos
do setor de eventos colaborarem entre si, mais informações e possibilidades as
empresas organizadoras dos eventos terão para tonar Juiz de Fora um grande polo
do turismo de negócios. Verificando as áreas menos exploradas e
desenvolvendo-as, fortalecendo as relações da localidade com os eventos que já
geram lucros significativos e abrindo as portas a novas empresas que estejam em
busca deste polo de eventos.
É
necessário também, o incentivo por parte do Poder Público na área de educação
direcionada ao ramo de eventos. A ideia é que mais pessoas optem pela
capacitação no setor e, a partir daí, se especializem cada vez mais,
contribuindo para a criação de cargos e novas empresas que supram a demanda por
esses profissionais.
É claro que
ainda são necessários investimentos em infraestrutura, afinal, a maioria dos
espaços de Juiz de Fora comporta apenas eventos de porte pequeno ou médio. Mas
antes destes investimentos é necessário que existam profissionais capacitados e
a disposição do Governo em conceder subsídios ou isenções para a execução de
eventos maiores e mais diversificados.
Sendo
assim, conclui-se que o potencial de Juiz de Fora enquanto polo para o turismo
de negócios já está se concretizando. Com localização privilegiada, baixos
custos relativos e infraestrutura razoavelmente adequada, Juiz de Fora é uma
promessa na qual vale a pena apostar.
*Por Letícia, Regina, Thaís e Thayná - 1º módulo Curso Técnico em Eventos