O direito de brincar é reconhecido internacionalmente
desde 1959 como consta na Declaração Universal dos Direitos da Criança, que
prevê o brincar como uma vertente do direito à liberdade de meninos e meninas.
Segundo especialistas, a infância brasileira tem passado por profundas
transformações, influenciada pela intolerância do capitalismo, pelo complexo
sistema da globalização, e pela redução do tempo livre devido ao “culto ao
trabalho”, dentre outros fenômenos sociais modernos. Brincadeiras de rua, banho
de mangueira no quintal, ter contato com animais e correr livremente por aí,
são algumas das atividades consideradas importantes para o processo de
aprendizagem infantil. Porém, o trabalho, que a princípio deveria atingir
somente a fase adulta, já faz parte do universo infantil, reduzindo cada vez
mais o tempo da infância.
O direito ao lazer e brincar, legitimado pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Constituição, é tratado como
importante , pois toda criança tem o direito de brincar. “É importante
ressaltar a relevância da questão dos direitos em todos os campos. Fala-se
sempre em saúde, educação, cultura e lazer de forma isolada, mas são áreas totalmente
sinérgicas e que uma política pública deveria vê-las como um todo”.
Desde 1992
a Igreja Adventista do Sétimo Dia oferece as crianças de
seis a nove anos, uma atividade cujo principal objetivo é instruir no bom
caminho através do lazer, recreação e entretenimento.
A igreja leva o aventurismo para mais de 60
mil crianças por meio do trabalho voluntário de cerca de 20
mil adultos, o que equivale a um adulto para cada três crianças. Nos
últimos dez anos, nosso efetivo cresceu cerca de 35%, alcançando todos os
estados brasileiros. Se considerarmos o valor da hora/aula do Ministério da
Educação (R$ 11,98/2015), no ano de 2016, a atuação de nossos voluntários
contribuiu com o equivalente a R$ 75,8 milhões. Essa atividade denominada como
Clube de Aventureiros. Ferramenta de educação não formal, o aventurismo
ultrapassa as barreiras e se firma como um movimento educacional por
proporcionar as crianças desenvolvimento em diferentes áreas, de forma sempre
contemporânea e variada.
O aventurismo é um movimento educacional que, por meio
de atividades variadas e atraentes, incentiva os jovens a assumirem seu próprio
desenvolvimento, a se envolverem com a comunidade, formando verdadeiros
líderes. Acreditamos que, por meio da proatividade e da preocupação com o próximo
e com o meio ambiente, podemos formar crianças engajados em construir um mundo
melhor, mais justo e mais fraterno. As razões sociais são: 78% das crianças
crescem em ambiente não cristão; grande parte das crianças vive num mundo em
situação de necessidade; Os números falam que 10 milhões de crianças estão na
prostituição infantil; 18% estão na rua; 250.000 lutam em guerras; Sendo assim
o clube é uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento físico, mental,
social e espiritual.
As atividades do clube acontecem de forma dinâmica a
cada 15 dias na sede da igreja e a cada dois anos acontece uma grande
programação reunindo 50 clubes de algumas cidades do estado de Minas Gerais
onde está situada a mantenedora da igreja, com o mesmo seguimento em um local
escolhido pela igreja para a união e troca de experiência dos clubes. Para as
atividades de um clube acontecer ele precisa contar com o voluntariado de
pessoas dispostas e comprometidas com o serviço proposto. Para a escolha dessa
pessoa a igreja reúne uma comissão de membros para que seja votado o diretor
(a) que irá coordenar o clube de aventureiros e esse diretor (a) nomeia sua
equipe de trabalho para um ano.
Em relação ao lazer, não só no Brasil como no mundo,
existem várias pesquisas científicas que apontam a relevância, a importância e
a necessidade para que crianças tenham espaços privilegiados para brincadeira.
“Brincar desenvolve as capacidades e competências de uma forma integrada. É
quando a questão da sociabilidade é colocada, a convivência com as diferenças é
ressaltada e é nesse ambiente que alcançamos a formação do ser humano de forma
plena”, explica Kaloustian.
Para uma criança ou adolescente que trabalha, há a
perda dessa formação e a violação do direito. “Não só o ECA como a Constituição
Brasileira e toda normativa nacional e internacional assegura à criança e ao
adolescente o direito de estudar e participar de uma vida comunitária ativa. E
nós sabemos que o trabalho não é a forma como isso se desenvolve”, garante o
coordenador. Muitas pessoas ainda acreditam que as crianças brincam apenas por
prazer. Mas é por meio das brincadeiras que elas aprendem. “Assim, terá o
desenvolvimento pessoal e intelectual comprometidos e, ao pular essa etapa na
vida, ela pode encontrar dificuldades com regras de convívio social”, explica.
O Clube de Aventureiros da Igreja Adventista é excelente, mas não adianta garantir uma programação de qualidade sem que se tenha retaguardas no campo da proteção, assistência e esporte, por exemplo. Sabemos que todo espaço público, familiar e comunitário é de aprendizagem e precisam ser estimulados. Concluo então que a nossa principal tarefa é garantir que a criança e o adolescente tenham uma educação decente e momentos de lazer com uma recreação sadia.
Por: Cristiane Wogel
Aluna do 2º Módulo do Curso Técnico em Eventos
O Clube de Aventureiros da Igreja Adventista é excelente, mas não adianta garantir uma programação de qualidade sem que se tenha retaguardas no campo da proteção, assistência e esporte, por exemplo. Sabemos que todo espaço público, familiar e comunitário é de aprendizagem e precisam ser estimulados. Concluo então que a nossa principal tarefa é garantir que a criança e o adolescente tenham uma educação decente e momentos de lazer com uma recreação sadia.
Por: Cristiane Wogel
Aluna do 2º Módulo do Curso Técnico em Eventos