terça-feira, 27 de maio de 2014

Do fundo do baú: Amy Winehouse encerra turnê no Brasil com show vacilante

Em sua turnê pelo Brasil em 2011, depois de se apresentar em quatro capitais, a cantora inglesa fechou a turnê com uma postura trôpega. Mayer Hawthorne e Janelle Monáe fizeram bons shows de abertura.  Amy ofereceu um espetáculo descompromissado e, pela postura vacilante, a certeza de que é permanentemente um corpo a beira de despencar.
Amy ofereceu às 30 mil pessoas (segundo a assessoria do evento), com 25 minutos de atraso, um espetáculo mal ajambrado, descompromissado e, pela postura vacilante, a certeza de que é permanentemente um corpo a beira de despencar. Ou seja, cumpriu a praxe, enferrujada por dois anos sem subir aos palcos em que se dedicou basicamente ao uso recreativo de drogas e escândalos decorrentes do excesso.
Durante pouco mais de uma hora, à frente de uma enorme bandeira do Brasil que decorava o palco, a cantora desfiou um rol de 17 canções, das quais tentou cantar 14; deixou duas por conta de Zalon Thompson, um dos seus performáticos backing vocals; limpou o nariz repetidas vezes, bebericou numa caneca e massageou os cotovelos aparentando incômodo. Mal se mexeu, sequer ensaiou passos e manteve os olhos no vazio.
O vozeirão que ganhou meio mundo e rendeu ao disco Back to Black 30 milhões de cópias vendidas sumiu inclusive no maior hit da cantora, Rehab. Não estivesse amparada por uma banda competente e cantores afiados, Amy perderia qualquer concurso de calouros de quermesse interpretando a canção que a tornou uma estrela da música pop.
A irritação provocada pelo show deu lugar a desespero na saída. Não havia como ir embora do Anhembi. Um funcionário da CET explicou que os 200 táxis disponíveis já haviam partido. A multidão tomou a avenida Olavo Fontoura e começou a caminhar em direção à praça Campo de Bagatelle. Pessoas pulavam em cima de táxis, implorando para serem levadas. Um motorista explicou  que um sujeito que aguardava disse: “Eu pago o dobro”, suplicou o cidadão.
A voz ressurgiu no fim do show quando ela retornou ao palco para cantar Valerie, música original do grupo The Zutons que gravou no disco do seu produtor Mark Ronson. Uma lufada do timbre precioso pelo qual se notabilizou chegou a empolgar o público. Foi só.
Não que tenha faltado apoio do público, muito embora do meio para o fim a apatia falasse mais alto que os aplausos – mais fortes a cada bebericada. Um show para ser esquecido. Ou para ser lembrado como um número de comiseração com o suporte de uma boa banda.
Mayer e Janelle – As apresentações de abertura, a cargo dos americanos Mayer Hawthorne e Janelle Monáe, expoentes do renascimento da música soul nos Estados Unidos, serviram para formar plateia.
Um ótimo show que se encaixaria melhor num espaço menor e com uma plateia menos dispersa. Justificável até, pois a principal estrela da noite se apresentaria dali a três horas e era só por isso que o público esperava.

É importante destacar que, no evento:
  • ·         Os dois telões do palco falharam por quase dez minutos durante o show de Amy Winehouse. Ruim para quem estava distante e dependia, sobretudo das imagens para sentir-se próximo da cantora.
  • ·         A área vip do show era desmedida em relação ao tamanho do lugar (Anhembi) em que foi realizado. Avançando pelo menos 30 metros em direção ao fundo, o espaço comprimiu os fãs que não puderam pagar valores que chegaram a 700 reais por um ingresso. Em alguns pontos o som mal chegava. É lastimável o quanto essa prática tem se perpetuado. E pior: cada vez mais vip apenas no nome e no valor da entrada. Tão desconfortável quanto a área comum, o "cercadinho" se tornou um máquina de fazer dinheiro e de enrolar desavisados, que são obrigados a se espremerem do mesmo jeito de quem pagou a metade.
  • ·         Sem mencionar que acabou a cerveja, refrigerante e agua antes do show da Amy e a organização do evento não devolvia o dinheiro de quem comprou fichas, ainda seguranças truculentos tentavam intimidar quem tentou reaver o dinheiro das fichas que aquela altura eram meros papeis sem utilidade. A quantidade de banheiros foi longe do suficiente e a saída do público, tumultuada.  A organização foi um desastre e não soube dimensionar as demandas do evento.


Por Manuel Mouzo e Katia Pereira

Alunos do 20 módulo do curso Técnico em Eventos.

6 comentários:

  1. Esta apresentação demonstrou que houve um planejamento pouco adequado para a modalidade deste evento por parte dos organizadores, além de destacar vários problemas que mostram falhas e despreparo da equipe organizadora. Mas, de certa forma, precisa ser levado em conta que lidar com problemas das outras pessoas é extremamente complicado, complica ainda mais essa relação tão difícil entre um produtor de eventos e um participante. Por isso, os imprevistos se fazem presentes neste evento como em todos, mas existem alguns pontos positivos se considerarmos a difícil condição pela qual os organizadores passaram para se desviar de tantos problemas relacionados à apresentação da cantora.

    Ingrid Machado

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  2. Além da falta de profissionalismo da cantora houve também falta dos organizadores e das próprias pessoas que trabalham diretamente com a cantora , visto que ,se já conheciam os hábitos da cantora deviam ter se preparado melhor pra possíveis imprevistos , podemos concluir que essas faltas elas foram vistas ate pelos fãs que ficaram indignados com a apresentação da cantora isso e considerado uma falta de respeito com os próprios fãs que pagam caro para ver a cantora e são tratados dessa maneira . Alguns problemas poderiam ser evitados se a organização tivesse sido melhor , enfim o evento já foi e nada agora poderia ser feito pela falta da cantora porque deslizes poderiam ter sido ''esquecidos'' se a cantora tivesse levado seu profissionalismo a serio.

    Flávia Taligliatti

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  3. Para que um evento alcance o sucesso todos os profissionais devem estar envolvidos. Como pode se observar no artigo, o evento foi um fracasso, com vários problemas devido à falta de organização e planejamento da equipe produtora e equipe da cantora, que conhecendo a situação em que Amy Winehouse se encontrava não tiveram a preocupação do que iam oferecer ao público. Além do descompromisso da cantora, nota-se um descaso com os fãs, pois como foi exposto houve falhas em dois telões, a área VIP muito afastada do palco, com quase nenhuma diferença da pista, a falta de bebidas, o desrespeito com os fãs que não receberam seu dinheiro de volta por terem comprado fichas, cujas bebidas haviam acabado e o abuso de autoridade por parte dos seguranças que intimidavam as pessoas.

    Ana Cláudia

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  4. Completa falta de organização com o evento. E um evento exige toda uma atenção nos mínimos detalhes, não teve atenção nem para os grandes detalhes; os telões deram problema; na parte de alimentos e bebidas não foi o suficiente para atender todo o publico; as áreas vip não fazem ''jus'' ao valor cobrado, que não somente neste eventos mais no geral, não se vale a pena mais porque fica tão desconfortável quanto quem paga metade para ficar na área comum. Então resumindo, uma equipe que não teve nem um pouco de preocupação e rigidez ao organizar esse evento e sabe lá outros eventos que foram organizadas pela mesma e persistem nestes mesmos '' erros'' ,vamos dizer assim, para não pegar muito pesado com equipe organizadora.

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  5. Falta de planejamento é o que falou mais alto. As falhas da cantora, cuja fama, a essa altura, já era de total descompromisso, falta de profissionalismo e respeito aos fãs, ficou pequena perto da falta de preparo de toda a equipe do evento, e da falta de respeito com os fãs.

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  6. Devido a falta de planejamento da equipe que organizou o evento, muitas pessoas que estavam no fundo não conseguiram ouvir o show e telão que falhou... e a cantora que não conseguia terminar sua musica sendo ajudada pelos seus músicos e pelo preço que pago por esses shows de estrangeiros deveria ter uma produção melhor...
    Luciano Oliveira

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